quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Lições nº 71 e 72

3 de Fevereiro de 2010
SUMÁRIO: A resposta kantiana aos problemas do conhecimento: entre o Empirismo e o Racionalismo.

O Racionalismo crítico de Kant

> Kant contrapõe a Hume nos seguintes termos:
"Embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, isso não significa que proceda todo da experiência.

Kant não duvida da existência de conhecimentos científicos e por isso não perguntará se é possível o conhecimento, mas como é possível o conhecimento.
Treta-se de esclarecer as condições de possibilidade de um facto(o conhecimento científico) e não de mostrar se há ou não conhecimentos científicos.


A forma como organiza o seu pensamento passará pela resposta às seguintes questões:



> A Crítica da Razão Pura, é uma obra que pretende educar a razão, na medida em que, o facto da razão ter um valor seguro, não significa que nela devamos confiar em todos os seus caminhos.
(Crítica dogmatismo Cartesiano)

> É essencial limitar o seu uso objectivo ou seja aquilo pelo qual ela nos conduz a um conhecimento seguro.

» Para estabelecer os limites da razão temos de procurar as fontes do conhecimento, distingui-las e relacioná-las:
  • conhecimento científico tem duas fontes:
1.Sensibilidade
2.Entendimento

N.B:
ambas indispensáveis ao conhecimento, não têm primazia uma sobre a outra.

> 1. A sensibilidade intui ou dá o que há para conhecer: os fenómenos.
Intuição sensível é a matéria ou conteúdo.

N.B:
O conhecimento começa com a experiência.
É a sensibilidade que nos dá objectos para conhecer.
O que intuímos é já o resultado de uma primeira síntese designada por fenómeno.
O fenómeno é já trabalhado pelos conceitos puros de tempo e espaço.

> 2. O entendimento conhece os fenómenos estabelecendo entre eles relações necessárias(leis).
O fenómeno é a forma lógica do conhecimento.

Isto quer dizer que há condições à priori e que o sujeito desempenha um papel activo no processo de conhecimento não se limitando a receber passivamente o que percebe.
Dirá, por outro lado, aos racionalistas que é verdade que o sujeito traz algo de si - o espaço e o tempo mas que isso sem a experiência nada é.



Lições nº 69 e 70

1 de Fevereiro de 2010
SUMÁRIO: Ficha de Avaliação.

Lições nº 57 e 58

11 de Janeiro de 2010
SUMÁRIO: Criação de um blogue para inscrição do portefólio dos alunos.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Lições nº 67 e 68

Lições nº67 e 68

27 de Janeiro de 2010

SUMÁRIO:Revisões

Iniciar a perspectiva epistemológica de Kant.

Conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica

Questões fundamentais para a filosofia de Kant
->O que posso saber?

O problema do conhecimento verdadeiro
->O que devo fazer?

O problema ético
->O que me é permitido esperar (se faço o que devo fazer)?

O problema da religião

As questões da filosofia do conhecimento são as que põem o problema da:

  • Origem do conhecimento
  • Possibilidade e natureza do conhecimento
  • Valor do conhecimento

Kant reflecte sobre elas na Crítica da Razão Pura

Uma via conciliatória

Perante a resposta de David Hume à possibilidade do conhecimento e à sua natureza que não passa de provável e de subjectiva (cepticismo), e o racionalismo de origem cartesiana (dogmatismo), Kant tenta encontrar um meio-termo que procura conciliar, através de uma síntese do racionalismo e empirismo humeano.

Kant ultrapassa a dicotomia resultante das duas posições anteriores:
1. A fonte do conhecimento é razão – racionalismo
2. Todo o conhecimento tem origem na experiência - empirismo






Para David Hume:

  • Não é possível conhecer mais do que aquilo que os sentidos e a memória nos oferecem
  • Não é possível um conhecimento universal e necessário, porque não nos é dado pela experiência






Lições nº 65 e 66

25 de Janeiro de 2010
SUMÁRIO:
Apresentação da matriz.
Análise dos blogues.
Causalidade em David Hume.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Lições nº 63 e 64

20 de Janeiro de 2010
SUMÁRIO: Os conhecimentos de facto e a relação de causalidade.

Actividade de Consolidação
1. O que significa a ideia de causalidade, isto é, o que quer dizer a expressão "conexão necessária entre dois fenómenos"?
A expressão "conexão necessária entre dois fenómenos" é uma projecção psicológica, uma crença subjectiva sem base racional ou empírica.

2. Assinale a passagem do documento 3 que mostra que não há experiência da relação causal entendida como conexão necessária.
Texto 3 : "...como não temos ideia alguma que não derive de uma impressão, se afirmarmos ter a ideia de ligação necessária (ou casual), deveremos encontrar alguma impressão que esteja na origem desta ideia."

3. Segundo Hume, não podemos comprovar empiricamente a ideia de uma conexão necessária ou causal entre dois fenómenos? Porquê?
Porque segundo Hume não podemos ter conhecimento de factos futuros porque não podemos ter qualquer impressão sensível ou experiência do que ainda aconteceu.

4. Aquilo que a experiência nos permite observar é que dois fenómenos aparecem conjuntamente, um a seguir ao outro, repetidas vezes. Como é que inferimos - já que não a constatamos - uma relação necessária ou causal entre esses dois fenómenos? Será um conhecimento?
Não porque apesar de A ter sucedido a B não implica necessariamente que vá suceder no futuro pois não passa de uma crença.

Lições nº 61 e 62

18 de Janeiro de 2010
SUMÁRIO: Análise e resumo de um texto sobre a teoria explicativa de David Hume.

11. Existe uma diferença considerável entre as percepções da mente, quando sentimos alguma coisa e depois trazemos à memória a sua sensação ou a antecipamo-la. Estas faculdades podem copiar as percepções dos sentidos, mas não podem atingir a força e vivacidade do sentimento original. Mesmo quando actuam com firmeza, quase que poderíamos dizer que o que sentimos ou vemos existe. A não ser por motivo de doença ou loucura, elas nunca podem chegar a tal nível de vivacidade que tornem indistinguíveis as percepções.0 mais vivo pensamento é ainda inferior à mais turva sensação.
Em todas as outras percepções da mente podemos notar uma distinção similar. Um homem, num acesso de cólera, é movido de um modo muito diferente daquele que apenas pensa nesta emoção. Se alguém me diz que uma pessoa está apaixonada, eu compreendo o que quer dizer mas não posso ter ideia das desordens e as agitações da paixão. Os nossos sentimentos passados podem ser confundidos os nossos pensamentos originais.

12. As percepções da mente pode ser dividas em duas classes. Estas distinguem-se pelos seus diferentes graus de força e vivacidade. Os pensamentos/Ideias são menos intensas e vivas. As impressões apresentam o oposto dos pensamentos ou ideias. Consiste em percepções mais vivas quando temos sensações e movimentos.

13. À primeira vista, não há nada mais livre do que o pensamento humano, porque não só se esquiva a todo o poder e autoridade humanos, mas também não está dentro dos limites da natureza e da realidade. Dar forma a monstros e associar imagens e aparências é conceber os objectos mais naturais e familiares. E quanto o corpo está destinado a um planeta, ao longo do qual se arrasta com dor e dificuldade, o pensamento pode transportar-nos para lá do universo, onde o caos é ilimitado. O que nunca foi visto ou se ouviu pode conceber-se no pensamento.
Embora o nosso pensamento pareça ter esta liberdade veremos, que se encontra realmente confinado a limites muito estreitos e que todo este poder criador da mente é a capacidade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que no são fornecidos pelos sentidos e pela experiência. Quando pensamos numa montanha de oiro ou num cavalo virtuoso, é o juntar de duas ideias com as quais já antes estávamos familiarizados porque a partir do nosso próprio sentimento podemos conceber a virtude; Concluindo, todos os materiais do pensamento são derivados da sensibilidade externa ou interna: a mistura e composição destes pertencem à mente e à vontade.

14. Os dois argumentos seguintes serão, espero, sufi cientes para provar isto. Primeiro, ao analisarmos os nossos pensamentos ou ideias, por muito compostas e sublimes que sejam, sempre descobrimos que elas se resolvem em ideias tão simples como se fossem copiadas de uma sensação ou sentimento precedente. Mesmo as ideias que, à primeira vista, parecem afastadas destas origem, descobre-se. após um escru tínio mais minucioso, serem dela derivadas. Compete-nos, pois, a nós, se havemos de manter a nossa doutrina, mostrar a impressão, ou a percepção viva que lhe corresponde.

15. Segundo, se acontecer que um homem, em virtude de um defeito dos órgãos, não é susceptível de qualquer espé cie de sensação, vemos sempre que ele é igualmente pouco susceptível das ideias correspondentes. Um homem cego não pode formar nenhuma noção das cores, e um surdo, dos sons. Restitua-se a cada um deles o sentido em que é deficiente; franqueando esta nova entrada para as suas sensações, patenteia-se também uma entrada para as ideias, e ele não encontra dificuldade alguma em conceber esses objectos.
Admite-se prontamente que outros seres possam possuir muitos sentidos dos quais não temos nenhuma noção, porque as ideias deles nunca nos foram introduzidas da única maneira pela qual uma ideia pode ter acesso à mente, isto é, através da sensibilidade e da sensação efectivas.

16. Existe, contudo, um fenómeno contraditório que pode provar que não é absolutamente impossível surgirem ideias independentes das suas impressões correspondentes. Creio que sem grande esforço se admitirá que as várias e distintas ideias de cor, que entram pelos olhos, ou as de som, que são trans portadas pelos ouvidos, são realmente diferentes umas das outras, embora, ao mesmo tempo, se assemelhem. Suponhamos, pois, que uma pessoa desfrutou da sua visão durante trinta anos e que se tornou perfeitamente familiarizada com cores de todas as espécies, excepto com um matiz particular de azul, por exemplo, que nunca teve a sorte de encontrar. Que todos os diferentes matizes dessa cor, excepto aquele único, lhe sejam apresentados. Pergunto eu, agora: ser-lhe-á possível, pela sua própria imaginação, suprir tal deficiência e ascender por si mesma à ideia desse matiz particular, embora nunca lhe tenha sido transmitida pelos sentido? Creio que serão poucos os que não tenham a opinião de que ela pode: e isto pode servir de prova de que as ideias simples não são sempre, em todas as circuns tâncias, derivadas das impressões correspondentes.

17. Todas as ideias, em especial as abstractas, são naturalmente vagas e obscuras; a mente tem delas apenas um escasso domínio. E são propensas a confundir-se com outras ideias semelhantes: e quando utilizámos muitas vezes algum termo, embora sem um significado distinto, temos a inclinação para imaginar que possui uma ideia determinada a ele anexa. Pelo contrário, todas as impressões, isto é, todas as sensações, quer externas ou internas, são fortes e vivas; os limites entre elas estão mais exactamente determinados, e nem é fácil cair em erro ou engano em relação a elas. Por consequência, quando alimentarmos alguma suspeita de que um termo filosófico é empregue sem um significado ou ideia (como acontece com demasiada frequência), precisamos apenas de perguntar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível assinalar alguma, isso servirá para confirmar a nossa suspeita. Mediante esta tão clara elucidação das ideias, podemos justamente esperar remover toda a disputa que possa surgir acerca da sua natureza e realidade.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Liçoes nº 59 e 60

13 de Janeiro de 2009
SUMÁRIO: Modelos explicativos do Conhecimento.
A perspectiva de David Hume.

O Empirismo de David Hume

O empirismo consiste em aceitar a experiência como única e exclusiva fonte do conhecimento.

Impressões e Ideias são o conteúdo do conhecimento
Impressões: são imagens e sentimentos que derivam imediatamente da realidade; são percepções vivas e fortes.

Ideias: são cópias ou imagens débeis das impressões.


Há segundo Hume duas espécies de percepções:
  • Impressões
  • Ideias

  • Os tipos de conhecimento
Hume refere a existência de dois tipos de conhecimento
-> Conhecimento de Ideias (relações de Ideias)
*O triângulo tem três ângulos
*Um objecto azul é um objecto com cor
*25 é um terço de 75

->Conhecimento de questões de facto
* Amanhâ vai chover
* A neve resulta da descida acentuada da temperatura
* O calor dilata os corpos

  • Os conhecimentos designados por "relações entre ideias" consideram-se a priori
-> Consistem na análise do significado dos elementos de uam proposição tendo em vista estabelecer relações entre ideias que ela contém.

-> As "relações entre ideias" são proposições cuja verdade pode ser conhecida pela simples inspecção lógica do seu conteúdo.

Nota explicativa:
Muito embora todas as ideias tenham o seu fundamento nas impressões podemos conhecer sem necessidade de recorrer às impressões, isto é ao confronto com a experiência. O exemplo são as proposições lógico matemáticas não resolvem por si o conhecimento do que existe no mundo. Poderemos apenas formar relações correctas entre ideias.

  • Conhecimento das questões de facto implica o confronto das proposições com a experiência.
-> O valor de verdade das proposições tem de ser testado pela experiência, ou seja, temos de confrontar as proposições com a experiência por forma a verificar se elas são verdadeiras ou falsas.

Nota explicativa:
A verdade ou falsidade de uma proposição factual só pode ser testada e determinada a posteriori.
A verdade factual é contingente e a sua negação não implica contradição.





Actividade de consolidação


  1. O que são relações entre ideias?
  2. O que são conhecimentos de facto?
  3. O que distingue essencialmente relações de ideias e conhecimentos de facto?


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Lições nº 55 e 56

6 de Janeiro de 2010
SUMÁRIO:
Realização de uma actividade de consolidação na pág. 156 do manual "A definição clássica do conhecimento".


1) Em que consiste a teoria clássica do conhecimento?

Para a Filosofia classica o conhecimento é uma crença verdadeira e fundamentada( Função Tripartida)

2) Pedro acredita que, se o Pai Natal estiver satisfeito com a forma como se portou durante o ano, o seu sapatinho no dia de Natal terá muitos presentes. Ao acordar na manhã do dia de Natal Pedro recebe de facto muitos presentes. Significa isso que a sua crença constituía um conhecimento?

Não, a crença nao contitui um conhecimento porque não verdadeira nem fundamentada, é apenas uma crença.

3) Quais das seguintes situações poderão ser consideradas crenças verdadeiras justificadas?

a)
Ao olhar para o bilhete de identidade da minha namorada, reparo que o seu aniversário é a 25 de Dezembro. Como é hoje, corro para lhe comprar uma prenda. VERDADEIRA E FUNDAMENTADA.

b)Atiro uma moeda ao are, dando cara, digo que João não irá comparecer ao encontro com amigos. NÃO É VERDADEIRA NEM FUNDAMENTADA.

c) Todos os unicórnios são animais com um corno. VERDADEIRA E FUNDAMENTADA.

d) Acordo e digo "Está a chover em Barcelona. Aposto que é verdade." Na realidade, nesse momento está a chover em Barcelona. NÃO É VERDADEIRA NEM FUNDAMENTADA.

4) Quais das seguintes proposições constituem conhecimento a priori (independente da experiência) e quais constituem conhecimento a posteriori (dependente da experiência)?

a) Há cisnes pretos. A POSTERIORI
b) Todos os solteiros são não casados. A POSTERIORI
c) Todos os objectos vermelhos são coloridos. A PRIORI
d) O meu pai está desempregado. a POSTERIORI

5.
a) Que tese defende o texto?

A tese que o texto defende é que o conhecimento é uma crença cerdadeira acompanhada de razão (fundamentada).

b) Qual o principal argumento que utiliza para a defender?

O argumento que utiliza para a defender é que nós podemos gerar nos outros uma convicção verdadeira sem nenhum fundamento, por via das nossas capacidades oratórias.

c) Que definição de conhecimento está implícita no texto de Platão?

Está implícita no texto a definição da função tripartida do conhecimento.

Nota: Estudar página 158

Lições nº 53 e 54

4 de Janeiro de 2010
SUMÁRIO: O conhecimento e a Racionalidade científica e tecnológica
Os problemas do conhecimento
A estrutura do Acto de Conhecer

II- Conhecimento e a Racionalidade científica e tecológica

1. Os problemas do conhecimento
1.1 O que é o conhecimento?
A disciplina filosófica que responde a esta questão pode ser designada como Epistemologia, Gnosiologia ou Teoria do conhecimento.

Teoria do Conhecimento
Gnosiologia= Gnosio: conhecer; logia: teoria
Epistemologia= Epistemoe: científico; logia:teoria


Questões principais:
Oque é o conhecimento?
O que podemos Conhecer?
Como alcançamos o conhecimento?

Como definir o conhecimento?

Podemos designar o conhecimento como o que se conhece ou o próprio acto de conhecer.

O conhecimento envolve uma relação Sujeito/Objecto

->Cada uma das partes tem uma função específica e irreversível:

  • Sujeito apreende o objecto, criando na sia consciência uma imagem do mesmo.
  • Ao objecto a função de ser apreendido pelo sujeito

Mas então o que é o conhecimento?

  • São frequentemente usadas com equivalentes do conhecimento as expressões "crer" e "saber".
  • A definição padrão do conhecimento diz que o conhecimento é crença verdadeira justificada.